quinta-feira, 6 de maio de 2010


"Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz – disse ele depois de um tempo – temos um pequeno período de tranqüilidade. Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós, e infestar todo o ambiente em que vivemos. Começamos a nos tornar cruéis com aqueles que nos cercam, e finalmente passamos a dirigir esta crueldade contra nós mesmos. Surgem as doenças e as psicoses. O que queríamos evitar no combate – a decepção e a derrota – passa a ser o único legado de nossa covardia. E um belo dia, os sonhos mortos e apodrecidos tornam o ar difícil de respirar e passamos a desejar a morte, a morte que nos livrasse de nossas certezas, de nossas ocupações, e daquela terrível paz das tardes de domingo.


(...)


A única maneira de salvarmos nossos sonhos, é sendo generosos conosco mesmos. Qualquer tentativa de autopunição – por mais sutil que seja, deve ser tratada com rigor. Para saber quando estamos sendo cruéis conosco mesmos, temos que transformar em dor física qualquer tentativa de dor espiritual: como culpa, remorso, indecisão, covardia. Transformando uma dor espiritual em dor física, saberemos o mal que ela pode nos causar.



DIÁRIO DE UM MAGO- PAULO COELHO


Se pudesse voltar no tempo....

"Me faz sorrir, me faz sentir, me faz chorar, me faz viver..."
Me faz Viver - General Tequila

"Com efeito, no planeta do principezinho havia,

como em todos os outros planetas, ervas boas e más.

Por conseguinte, sementes boas de ervas boas;

sementes más de ervas más.Mas as sementes são invisíveis.

Elas dormem no segredo da terra até

que uma cisme de despertar.

Então ela espreguiça, e lança timidamente para o sol

um inofensivo galhinho.

Se é de roseira ou rabanete, podemos deixar que cresça à vontade.

Mas quando se trata de uma planta ruim,

é preciso arrancar logo, mal a tenhamos conhecido."


Saint-Exupéry