domingo, 8 de maio de 2011

Impontualidade do Amor


 







Mario Quintana

Você esta sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar.Bem podia ser hoje, bem podia ser agora, um amor novinho em folha. Trimmm!Trimmm! É a sua mãe...(quem mais poderia ser?)
Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase "galinha", sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia volta, volver.
Porque o amor nunca chega na hora certa?
Agora por exemplo, que você esta de banho tomado e camisa jeans? Agora que você esta se achando bonito? Agora que você esta empregado? Agora que você esta com o coração às moscas e morrendo de frio? O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina.
Você passa um ano inteiro hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga e mal repara em outro alguém que só tem olhos para você, ou então, fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana, os amigos estão lá azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora, irá encontrar a pessoa que lhe dará sentido à sua vida.

O amor é como tesourinha de unha: nunca está onde a gente pensa. O jeito é direcionar o radar para o norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um super mercado, pode estar impaciente na fila do banco, pode estar na FINLANDIA srsr, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo no computador, dano o maior mole. O amor está em todos os lugares, talvez você não o procure direito.

A primeira lição esta dada: o amor é onipresente. Agora segunda: o amor é imprevísivel. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas; no dia dos namorados, ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, ás quatro da tarde, depois de uma discussão, ou quando você menos esperar, e as flores vão chegar num dia qualquer apenas para informar-lhe como você é especial para alguém. Assim...sem motivo ou data especial.