sexta-feira, 4 de junho de 2010







Uma jovem mariposa de corpo frágil e alma sensível voava ao sabor do vento certa tarde, quando viu uma estrêla muito brilhante e se apaixonou. Voltou imediatamente para casa, louca para contar à mãe que havia descoberto o que era o amor, mas a mãe lhe disse friamente:



- Que bobagem! as estrêlas não foram feitas para que as mariposas possam voar em torno delas. Procure um poste ou um abajur e se apaixone por algo assim; para isso nós fomos criadas.


Decepcionada, a mariposa resolveu simplesmente ignorar o comentário da mãe e permitiu-se ficar de novo alegre com a sua descoberta e pensava:


"Que maravilha poder sonhar!"


Na noite seguinte, a estrêla continuava no mesmo lugar, e ela decidiu que iria subir até o céu, voar em torno daquela luz radiante e demonstrar seu amor. Foi muito difícil ir além da altura com a qual estava acostumada, mas conseguiu subir alguns metros acima do seu vôo normal.


Entendeu que, se cada dia progredisse um pouquinho, iria terminar chegando à estrêla, então armou-se de paciência e começou a tentar vencer a distância que a separava de seu amor.


Esperava com ansiedade que a noite descesse e, quando via os primeiros raios da estrêla, batia ansiosamente suas asas em direção ao firmamento.


Sua mãe ficava cada vez mais furiosa e dizia:


- Estou muito decepcionada com a minha filha! todas as suas irmãs e primas já têm lindas queimaduras nas asas, provocadas por lâmpada!


Você devia deixar de lado esses sonhos inúteis e arranjar um amor que possa atingir.


A jovem mariposa, irritada porque ninguém respeitava o que sentia, resolveu sair de casa. Mas, no fundo - como, aliás, sempre acontece - ficou marcada pelas palavras da mãe e achou que ela tinha razão.


Por algum tempo, tentou esquecer a estrêla, mas seu coração não conseguia esquecer a estrêla e, depois de ver que a vida sem o seu verdadeiro amor não tinha sentido, resolveu retomar sua caminhada em direção ao céu.


Noite após noite, tentava voar o mais alto possível, mas, quando a manhã chegava, estava com o corpo gelado e a alma mergulhada na tristeza. Entretanto, à medida que ia ficando mais velha, passou a prestar atenção a tudo que via à sua volta.


Lá do alto podia enxergar as cidades cheias de luzes, onde provavelmente suas primas e irmãs já tinham encontrado um amor, mas, ao ver as montanhas, os oceanos e as nuvens que mudavam de forma a cada minuto, a mariposa começou a amar cada vez mais sua estrêla, porque era ela quem a empurrava para ver um mundo tão rico e tão lindo.


Muito tempo depois resolveu voltar à sua casa e aí soube pelos vizinhos que sua mãe, suas irmãs e primas tinham morrido queimadas nas lâmpadas e nas chamas das velas, destruídas pelo amor que julgavam fácil.


A mariposa, embora jamais tenha conseguido chegar à sua estrêla, viveu muitos anos ainda, descobrindo que, às vezes, os amores difíceis e impossíveis trazem muito mais alegrias e benefícios que aqueles amores fáceis e que estão ao alcance de nossas mãos.










Com esta fábula aprendemos duas coisas:


Valorizar o amor... E lutar pelos nossos sonhos, porque sabemos que é a realização deles que nos faz feliz...


E lembremos "o mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar, e correr o risco de viver seus sonhos"

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